Era lua cheia...
Desesperado, contei meus segredos pra lua!
Que envergonhada, logo escondeu-se por detrás das montanhas.
Aí veio o sol à ter comigo!
Carrancudo, judiou de mim,
Fez-me desejar ter me calado.
Foram mais de doze horas de tortura.
Era verão, e o seu calor quase insuportável, parecia querer me castigar pelo que disse a linda lua.
Anoiteceu e já meio timida, faltando um pedaço, surgiu a lua.
Temi pelo dia passado e nada mais lhe contei, porém calado eu fiquei, só à observar e contemplar a sua magnitude, talvez esperando uma resposta ao que antes te falara.
Desta vez, fui pego de surpresa!
Antes que ela se fosse, surgiu o sol, e, mais um dia de castigo...
Assim foram passando os dias e as noites, e eu apenas sofrendo e observando.
Observando o quanto ela parecia fugir de mim.
Mais oculta e menos duradoura, à cada novo dia.
Até que de repente, já não dava mais tempo de contemplar o seu esplendor, já quase sem brilho.
E logo no dia seguinte, nem a vi, era lua nova!
E também o sol escondeu-se de mim,
Desapareceu, fazendo-se noite completa, às 10 da manhã...
Era um enigmático eclipse!
Onde a lua pois-se no caminho do sol e só então eu entendi...
Entendi que assim também somos nós e nossos caminhos,
Nossas aventuras, desventuras, encontros e desencontros.
Assim são as nossas vidas!
Dias sofridos, noites mal dormidas.
Dores e feridas...
Enquanto aguardo o nosso eclipse,
Quando faremos nossos dias virarem noites,
Nossas noites, um elo ao paraíso...
Por quanto, isso é tudo!
É só isso o que eu espero e preciso!
José Gomes
São Francisco de Itabapoana, RJ-BRASIL.