segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A ÚLTIMA TEMPESTADE


Não queiras sentir o que passa ao coração de um pobre camponês
Que após tanto lavrar a sua terra,
Sentiu chegar a sua aridez.
Subtamente surgiram abrolhos,
Onde apenas boa semente se lançou;
E das plantas já adultas,
Cada um de seus ramos se secou.
Por fim, nada mais prosperou!
Então do mais alto monte,
O pobre camponês se precipitou,
Graças à intervenção dos anjos,
Em lugar de seus ombros,
Uma asa se formou.
Desfrutando de seu vôo fictício,
Contemplou lindas paisagens,
Até que avistou um lindo território fértil,
Onde pousou pro seu reinicio.
De seus bolsos retirou um bocado de sementes,
E sobre sua nova fértil terra as lançou;
Em breve sua colheita faria;
Sem jamais imaginar que de seu celeiro,
Num segundo alguém a pilharia,
E outras tantas que viriam,
Assim de novo o fariam.
Outra vez seu rumo mudaria,
Desta vez mais encorajado,
Ergueu em seu novo sitio um forte cercado.
Na primeira, feliz estava,
Colheu pro seu sustento,
E o seu sorriso espalhou-se ao vento.
Na segunda, veio a tempestade e a arrebatou,
Levando até o seu paiol,
Deixando-o quase ao relento.
Ele olhou a sua dispensa,
E dela retirou suas últimas sementes,
Lavrou a sua terra e a semeou,
Reconstruiu o seu paiol,
E de lá, apenas olhando a sua seara,
Ele vigia atento,
Noites e dias...
Aguardando a majestade;
Com lágrimas nos olhos,
Espera apenas a última tempestade.

Gomes

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MEU ELO PERDIDO

 Uma noite de solidão,  Penumbra triste e fria... Que ninguém ouse contar de ti, os segundos, Nem há quem possa adivinhar quanto tempo durar...