Não queiras sentir o que
passa ao coração de um pobre camponês
Que após tanto lavrar a
sua terra,
Sentiu chegar a sua
aridez.
Subtamente surgiram
abrolhos,
Onde apenas boa semente
se lançou;
E das plantas já adultas,
Cada um de seus ramos se
secou.
Por fim, nada mais
prosperou!
Então do mais alto monte,
O pobre camponês se
precipitou,
Graças à intervenção dos
anjos,
Em lugar de seus ombros,
Uma asa se formou.
Desfrutando de seu vôo fictício,
Contemplou lindas
paisagens,
Até que avistou um lindo
território fértil,
Onde pousou pro seu
reinicio.
De seus bolsos retirou um
bocado de sementes,
E sobre sua nova fértil
terra as lançou;
Em breve sua colheita
faria;
Sem jamais imaginar que
de seu celeiro,
Num segundo alguém a
pilharia,
E outras tantas que
viriam,
Assim de novo o fariam.
Outra vez seu rumo
mudaria,
Desta vez mais
encorajado,
Ergueu em seu novo sitio
um forte cercado.
Na primeira, feliz
estava,
Colheu pro seu sustento,
E o seu sorriso
espalhou-se ao vento.
Na segunda, veio a
tempestade e a arrebatou,
Levando até o seu paiol,
Deixando-o quase ao
relento.
Ele olhou a sua dispensa,
E dela retirou suas últimas
sementes,
Lavrou a sua terra e a
semeou,
Reconstruiu o seu paiol,
E de lá, apenas olhando a
sua seara,
Ele vigia atento,
Noites e dias...
Aguardando a majestade;
Com lágrimas nos olhos,
Espera apenas a última
tempestade.
Gomes
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