Em minha última batalha pela vida,
Fui feito refém da saudade;
Que mirando o meu coração,
Não teve piedade.
Lançou sua flecha sem veneno,
Pois sua intenção momentânea não era
a de matar;
Conduziu-me ferido ao seu porão,
Sem direito ao sol,
Nem sequer a minha paixão, o luar.
Ferido, febril a delirar,
Espero apenas um milagre a me
salvar.
No peito, apenas um vazio;
Não há calor,
Apenas há o rubor da febre,
E sinto da morte o frio.
Sem voce, não estou apenas só,
Mas agora também inerte,
Como um planeta sem sol;
Sou apenas de um campo de
ervilhas,
Um único girassol.
Esta é a minha última carta,
Entre delírios e anseios,
Talvez um golpe de sorte;
Sinto que hoje serei resgatado,
Só não sei se por ti,
Ou levado nos braços da morte.
Gomes
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