domingo, 14 de julho de 2013

O INCANSÁVEL RELUTANTE

Não sei o que me atrai a essa estrada,
Talvez seja apenas pelo vento,
Que no início parece acariciar minha pele,
Mas é apenas naquele momento.

Pois tão logo eu sigo,
Esbofeteia-me, arrancando de mim a lágrima,
E ao ver que não desisto,
Seca-as, gravando em meu rosto as tuas marcas como um magma.

Talvez sejam as curvas que me desviam a atenção,
Mas ainda assim, eu sigo...
Há um horizonte à minha espera...
Apenas ele...
Quem mais?
Quem me dera!

Não há pensamento em voltar,
Nada deixei pra traz,
Restam-me apenas lembranças,
Nada, nada mais!

Se alguma parada me é obrigatória,
Eu simplesmente a obedeço,
Mais nada me faz desviar de minha trajetória.

Sigo, inda que rumando ao deserto,
Se as noites frias me esperam,
E o amanhecer já é escaldante,
Inda assim vou-te ao encontro,
Pois sou um incansável relutante.


Gomes

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 Uma noite de solidão,  Penumbra triste e fria... Que ninguém ouse contar de ti, os segundos, Nem há quem possa adivinhar quanto tempo durar...