DESEJOS DE MENINO
Quando se
dá o apagar das luzes,
As mãos calejadas
repousam-se ao latejar dos calos,
E a transformação
se dá em meio à escuridão d’um quarto qualquer;
São carícias;
meigas delícias...
Agora é o
corpo todo que lateja,
Quando do encontro de seus desejos de menina,
Em um
corpo de mulher.
Tu sabes quão
grande é o meu desejo,
Desvendar
tardios medos;
Passear perdido
pelas curvas de teu corpo,
Intitular-me
dono dos teus segredos.
E quando
o sol avisa para as estrelas que dos astros sois um rei,
Sinto o
latejar do seu corpo uma vez mais;
Deixo-te
na banheira curtindo seu banho de sais,
Visto minhas
mãos de calos e saio na lida uma vez mais.
Feliz por
te ter,
Por fazer-te
feliz,
Feliz por
poder em seus braços voltar a ser menino;
Pelo meu
lar ao anoitecer,
Feliz por
poder guardar o meu casaco de peregrino,
Por encontrar
em ti,
O meu
desejo de menino.
Gomes
Um comentário:
Profundo e ao mesmo tempo delicado. Gostei. Parabéns Gomes.
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