domingo, 1 de setembro de 2013

MIRAGEM

MIRAGEM
Assim vê-me em seu olhar,
Assim o seu desejo põe-me
Ao alcance do seu mirar.
Indiferente, sequer sabes,
Que debaixo do meu chapéu de palhas,
E do meu casaco roceiro,
Existe um coração que pulsa,
Mais... Quase decola
Ao deparar-se com o seu olhar matreiro.
Despe-me, varre meu corpo em minúcias,
Embrulha e desfaz-se do meu jeito palheiro.
Que ao fundir-se com o seu desejo,
Mistura-se pó ao vento,
E juntos se vão!
Juntos se perderão...
Amam-se em contraste,
E juntos estão:
Sua maior obra de arte,
Uma “miragem”,
Fruto de uma mente sã,
E tu, que da obra sois a dona,
A maior artesã.


Gomes 

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