De minha janela, vejo uma
falsa chuva que cai de muito menos que um meio céu;
Freneticamente, um beija-flor
vem banhar-se naquela pequena cortina d’água,
Donde saíam gotículas,
formando um pequeno véu.
Não parecia ter medo, ou
talvez fosse tamanho o seu desejo que parecia nem me notar,
Em suas inúmeras idas e voltas,
um verdadeiro bailar...
Banhava-se sob as folhas
molhadas,
Retornado a um galho, onde
parecia espalhar àquelas pequenas gotas,
Em suas penas e por todo o seu
minúsculo corpo,
Tinha muita pressa ou muito
desejo de a água retornar.
E novamente tornava àquelas
folhas molhadas,
Parecia não se cansar ou ter
fome de nada mais... Além de água.
Gomes
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