O DESEJO EM TI
Pelas ruas
da cidade, onde te vejo passar,
Impossível
perceber em ti,
A fera,
que somente as noites enluaradas,
Farão de
ti despertar.
À meia noite,
quando a lua em pino estará.
Quebrar-se-á
a tua máscara,
E de ti,
libertar-se-á na sua sede de 28 dias,
E na
fome de não menos que isso,
Como que
da dama à vagabunda de volta,
A investir
sobre mim, sua presa,
E a
cobrar-me de sua prisão,
Logo eu,
que tanto padeço a sua falta!
Como parasita,
suga-me,
Extrai-me
teu sustento por tanto abandono,
Pudera ser
eu de sua sina o dono.
Mas como
tudo tem seu fim,
Vai-se a
noite, rompe-se mais um dia,
E ao
despertar-me de minha demência exaustiva,
Eu,
prisioneiro de ti.
Agora sem
rever-te enquanto verte-se em ti, a sede,
E acumula-se
a fome,
Eu aqui
desejando ao menos o teu beijo,
Até que
venhas em ti, a lua noutro nome...
Desejo!
GOMES
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