Meu último voo
Não precisei ir
muito longe a meu passado para encontrar dentro de mim, um velho P-47, isso
mesmo, um THUNDERBOLT!
Que por muitas
vezes buscou refúgio dos seus inimigos nas mais densas e escuras nuvens,
Donde os via
zig-zagueando muito abaixo de mim,
Já noutras,
banido pelas tempestades, atirou-se nos braços do inimigo e sofreu grande
avalias.
Rasgando o seu
nariz nas águas ou rasando por terra, mas seguia guiado apenas por seu único PILOTO.
Às vezes é fácil
demais sentir meu coração como se fosse aquele velho motor já com seus pistões desgastado,
verdadeiramente batendo biela,
Carregando consigo
uma fuselagem corroída pelas maresias das águas do mar da vida e perfurações de
todas as más sortes que o passado me presenteou.
Inda assim,
insisto e às vezes até voo alto só pra sentir o mais puro gosto da liberdade,
E mesmo que o
meu único motor venha a falhar,
Não temo, pois
planarei na suavidade dos meus quatro pares de metralhadoras descarregadas, nas
bombas que deixei para trás;
Planarei na
suavidade dos foguetes que não vieram comigo e na leveza das armas que comigo não
existem mais.
Não temerei ir
de encontro às montanhas, sob a terra firme nem mesmo o mais alto mar,
Pois sei que
onde quer que eu venha parar,
Lá estarás TÚ,
de braços abertos a me esperar.
Gomes
Nenhum comentário:
Postar um comentário