
Eu sou aquela semente...
Que sobra escondida debaixo da palha no celeiro,
A que se esconde debaixo da areia, no fundo do galinheiro.
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Eu sou a semente que perdeu-se por entre os abrolhos sem chance de germinar,
Sou a aquela que de tão pequenina,
Lançam-me aos punhados, com preguiça de me contar.
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Eu sou a semente do pinho,
Que por pouco escapou do fogo do lenheiro,
A semente que cai do bico do pássaro trigueiro.
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Basta-me ser semente...
Pois hoje, a matriz arde, cai,
No fogo se esvai,
Vira a fumaça que sai,
Uma cortina, nuvem,
É com o vento se vai.
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José Gomes
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São Francisco de Itabapoana RJ
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