quinta-feira, 27 de junho de 2024

VENCEDOR DA AMARGURA

Eu queria ter o tempo necessário para ver o mar vencer a barreira imposta pelas pedras,

Ver o triunfo de um verdadeiro vencedor da amargura;

Impondo sua fúria impiedosa, com suas correntezas,

A cobrar o seu tempo de clausura.


Ainda poder ver os derrotados,

Aos montes exilados;

Ouvir ainda que ao longe, o clamor,

Dos poucos que restaram na "lanterna dos afogados".


Ainda que houvesse um perdão,

Qual seria o mérito, senão?

Arrepender-se, embora que tardiamente,

Só então, caberia também de forma tardia, o perdão.


Recolher-se-ia, talvez não!

Uma nova chance, um recomeço?

Talvez sim! Mas será preciso estar preparado,

Pois todavia, consequências tem seu preço.


Mas o tempo urge, e o meu esgotou-se,

Não fuji, apenas fui levado;

Contigo não mais estou,

De mais esse dessabor, fui poupado.


Não digo que espero por ti, no deserto,

Não sei quem por mim espera,

Mas temo que a ti,

Não vá querer de mim, tão perto.


Levado estou no dessabor da saudade,

A tempestade é densa e negra,

O meu tempo se foi, na despedida agora,

Só um tardio aceno às cegas.


José Gomes 

São F

rancisco de Itabapoana, RJ/ Brasil.




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