terça-feira, 24 de setembro de 2024

DUAS VIRGENS E UM DESTINO ( PARTE 7)

 

DUAS VIRGENS E UM DESTINO (parte 7)


Ao chegar em casa, Sophia já não podia conter-se de tão curiosa e ao mesmo tempo, se perguntava o por quê do seu então amigo Paulo, não ter lhe falado nada sobre o seu acidente. Ela chegou a pegar no telefone por várias vezes para chamar Paulo e indagar mais dêle, mas por fim, voltou-se em seu eixo e pensou o quanto ela poderia estar sendo invasiva e, assim decide esperar que ele mesmo lhe conte algo sobre o ocorrido. O que seria muito difícil de acontecer, pois ele fazia de tudo para não voltar às poucas lembranças que ainda tinha, de quando acordara após o acidente.
Ainda de férias, cidade pequena demais pra esconder um bochicho, Sophia é abordada na rua, por uma de suas alunas do 5°ano, que no próximo, já não estaria mais fazendo parte do seu próximo grupo de alunos, tendo em vista que naquele colégio, só se cursava até a 4° série. Denise era o se nome daquela garota de apenas 12 anos, que sorrindo, a convidou para que fosse até a sua casa e conhecesse a sua mãe, uma senhora do lar, aparentando uns 44 anos.
Dona Odete, uma mãe solteira, que levava uma vida difícil para conseguir criar sua filha, apressou-se em receber Sophia e convidá-la a sentar-se na sua humilde sala. Então a Denise foi logo falando: Mãe eu a encontrei ali na rua e a trouxe pra senhora conhecer, pois a senhora não quis ir a nossa festinha, então não a conhecia ainda.
Odete meio sem jeito, foi logo se retratando, ao dizer que tinha uma faxina naquela ocasião, por isso não havia comparecido não cuja festinha. Ela então pergunta se Sophia aceita um suco e pede que Denise vá até a cozinha e pegue na geladeira, o suco para Sophia.
Não demora muito para que a Odete faça a primeira pergunta:
-Voce é a namorada do Paulo, né!?
Parecendo mais uma afirmação, que pergunta.
Sophia uma vez mais, toda sem jeito, diz:
Não, imagina, ele é só um amigo e um taxista! Aliás o único, não é? Por isso a gente tá sempre juntos pela cidade, mas não passa disso!
Dava pra ver na cara de espanto da Odete que logo retrucou em alto tom:
Jura? Eu já estava certa de que você tinha vindo aqui pra esse fim de mundo no rastro dele. Não se o que ele tem que não gosta das mulheres daqui, mas não pode ver um rabo de saia de fora que vai logo pra cima, igual a um perú, fazendo roda e cortejando.
Disse isso, deixando Sophia ainda mais sem jeito.
Então Sophia logo desabafa:
Eu só o conheci aqui, quando cheguei e ele me trouxe da rodoviária até o colégio, não sei de nada sobre a vida dele. Ele nunca me contou nada sobre família, ex namorada ou esposa, nada até hoje, ele me falou de si mesmo. Mas já que a senhora parece saber bem sobre ele, por quê é que ele é assim, tão fechado e ainda está sozinho, já que parece que teve pretendentes, por quê ele escolheu viver assim?
-Bom, já faz tanto tempo que eu venho tentando chamar a atenção dele que já não sinto que ainda agora depois de coroa terei uma chance, desabafa Odete.
Que segue ordenando Denise que vá brincar com alguma amiga na rua, para que pudessem conversar melhor.
Após a menina sair, Odete logo diz:
Sabe, há mais de vinte anos atrás, Paulo era um lindo jovem que só queria curtir a vida, no surf, nos bailes, sem pensar em compromisso, pois os seus pais se separam com ele ainda muito jovem e ele ficou com o pai, que alguns anos depois, decidiu ir morar com uma vendedora que passava sempre aqui, vendendo nos armazes, duas vezes por mês, deixando Paulo sozinho na casa, que logo parece que não sabia como aproveitar a liberdade de sua juventude e uma pequena fortuna que o seu pai deixou para ele. Assim ele se esbaldava nas praias, sem compromisso com a vida, até que numa madrugada, ele foi assaltado, reagil tentando fugir e caiu da ponte com carro e tudo. Eu pensei que aquele era o fim dele!
Sophia não resistiu e a interpelou:
Nossa, da maneira que você fala, parece até que presenciou tudo!
Aí foi a vez de Odete ficar pálida e dizer:
-É que eu e umas amigas estavamos voltando do baile e vimos praticamente como tudo aconteceu.

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MEU ELO PERDIDO

 Uma noite de solidão,  Penumbra triste e fria... Que ninguém ouse contar de ti, os segundos, Nem há quem possa adivinhar quanto tempo durar...